sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Divagando & Katilografando


Você quer se dar bem?

Nos recônditos da nossa mente acabamos por descobrir o quanto se está armazenado, e o quanto está armazenado sem que ainda possa ser decifrado, sem sequer nos darmos conta do seu conteúdo e da sua aplicabilidade. Os sonhos, em regra, nos revelam detalhes daquilo que, parecemos desconhecer; que se trata de coisa nova, ou que, nos parecem já termos vivido a situação que sonhamos, enfim, já termos vivenciado tal situação.

De uma boa noite de sono tranqüilo e reparador, resta-nos sempre as lembranças dos sonhos que tivemos na noite passada. Os sonhos quase sempre são aqueles que nos vinculam aos acontecimentos do nosso dia a dia; até aí, nada de excepcional. Aqui em Curitiba, diariamente somos despertados pelos nossos despertadores que a natureza nos disponibilizou graciosamente. Refiro-me às Cambaxirras pássaros de pequeno porte, que recebem os mais diversos nomes, a primeira delas a dar sinal de que o dia está prestes a nascer, por volta das 05h00m da madrugada (horário de verão), é o João de Barro que festeja, anunciando o novo dia que se aproxima; estranhamente, quando o sol começa a despontar no horizonte, ele se cala.
Dando seqüência ao festival do amanhecer, o Sabiá assume o controle da sinfonia, o Bem-te-vi também dá as suas notas em alto e bom tom; os Pardais, estranhamente, ficam praticamente mudos, quase não se ouve os seus trinados. Da nossa mente, dos seus recônditos, dos nossos sonhos, eis que, um dia destes, um João de Barro insistia em seu intento na nossa soleira, por entre os Miosótis, em sua missão de me despertar, entretanto, naquele exato instante, eu estava a sonhar que, encontrava-me em Conquista, e, para ser exato, na Rua Presidente Vargas, em frente à casa da dona Delza, mãe do Geovane, da Geovanete, do Pedrinho e de outra, cujo nome agora me falhou à memória; à frente da casa da dona Delza havia uma placa que indicava que ali vendia feijoada. Resolvi entrar, dei de cara com uma das filhas da dona Delza, não sei qual, e me prontifiquei a fazer entrega de algumas marmitex (em Conquista, quentinha).
A filha da dona Delza, que preparava as marmitex, sentiu-se, -naquele instante em que o nosso João de Barro na nossa soleira insistia em sua tarefa de despertar, com o seu trinado – atraída pelo lindo cantar da ave, disse que no seu cantar havia uma mensagem, que ela acabara de decifrar, dessa forma, dizia, segundo a interpretação da filha da nossa amiga Delza: “Mãiinhaa! Voxê é dôxe, dôxe, dôxe! Mâiinhaa!...” Traduzindo: Mainha! Você é doce, doce, doce! Mainha!..
Depois daquele sonho e revelação, eu coloquei a Márcia, a minha esposa, a par da tradução que me fora revelada; agora, todos os dias, esperamos, em nosso subconsciente ainda, enquanto dormimos, a presença do nosso despertador, que, nem sempre vem à nossa soleira, todavia, mesmo à distância, ele consegue nos passar que um novo dia nos reserva a dádiva da vida. Mesmo ele se calando após cumprida a sua missão de arauto, o Sabiá assume por todo o dia a sua cantoria que, em estado de consciência, eu decifrei o que diz ele no seu trinado, que, se bem observado, fará com que você seja sempre feliz; qual seja: “Você quer se dar bem?”

Francisco Silva Filho

Um comentário:

Anônimo disse...

Chico,

Um devaneio com a filosofia a flor da pele. Muito bom!