sábado, 12 de setembro de 2009

Direto da Praça

Ainda sobre Democracia
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Lembro agora que foi o grande Winston Churcill quem disse "A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que têm sido tentadas de tempos em tempos”. Mas esse conceito é apenas um, entre tantos emitidos por personalidades importantes da história da civilização. O balaio de conceitos dirigidos ao regime democrático, ora o sacraliza, ora o demoniza. Enfim, devemos reconhecer que todos contribuem com maior ou menor impacto, dentro do espaço mental de nossas inquietantes reflexões.

Advertimos, todavia, que ao contrário do que pensa muita gente, um regime democrático não tem modelo único em todas as sociedades. Cada sociedade tem o seu. Para exemplificar, tomemos um senhor chamado Idi Amim (ditador africano que só encontrou concorrente em outro chamado Bokassa). Um grande jornalista italiano perguntou a ele sobre o regime político em Uganda. O ditador afirmou categoricamente que se tratava de um governo popular e democrático (ui, ui, ui). O comandante Fidel Castro, por sua vez, não vacila em afirmar que os cubanos vivem num regime de liberdade total: Cuba Libre, diz o velho revolucionário. Que achas?

Reafirmo descrer em democracias onde Legisladores impõem ao Poder Executivo quem vai ser presidente, diretor, ou mandatário de empresas publicas, entidades estatais, etc.etc. Não faço a crítica apenas a esse tipo de relação na área pública. Há outros [legisladores] que estão comprometidos até a medula com grandes grupos empresariais do setor Privado. O fato é que essas relações são espúrias, sejam no setor publico ou no privado. Infelizmente o nosso Congresso e a Nação apresentam-se como uma grande pizza fatiada (no melhor sentido). Também pudera! É bancada prá tudo quanto é lado. Tem a dos ruralistas, dos sem terra, dos banqueiros, dos industriais, dos evangélicos, dos católicos, dos pilantras de plantão e assim por diante. Nosso Legislativo só não atende ao princípio fundamental de que as Leis devem ser criadas para que os cidadãos sejam convencidos de que diante delas todos são iguais. Devemos reconhecer que neste caso, parece que não somos únicos. Na velha Inglaterra, um celebrado escritor (George Orwell) chegou a ironizar a justiça dizendo que “perante a Lei, todos são iguais, porém existem alguns que são mais iguais que outros”.

Mas, insisto: Precisamos procedimentalizar e honestizar o Brasil. Precisamos urgentemente saber quem é quem nesta joça. Se assim não fizermos continuaremos tendo uma República do “salve-se quem puder”. Um país que se orgulha do jeitinho brasileiro. Procedimentalizar significa estabelecer normas claras para todas as esferas de Poder, de modo que pelo menos expressiva maioria se sinta incluída no círculo do direito, da cidadania. Não podemos diminuir e fazer constranger os menos aquinhoados. Ou será que continuaremos vivendo a reflexão genial e amargurada de Tolstoi (autor de Guerra e Paz) que observou em relação ao seu país: "Essa democracia é uma sociedade de proprietários para defendê-los contra os que nada possuem.". Será que merecemos isso? Será que o império do mais forte (ou esperto) vai continuar prevalecendo? Se esta for a regra do jogo, não choramingue quando entrar em campo outros atacantes da violência

Nossa democracia pelas características peculiares que apresenta, parece merecer a gozação do grande escritor americano Mark Twain. Disse o grande autor: "O princípio da democracia é dar e receber. Dar um e receber dez." ou pior ainda na expressão de Bernard Shaw: "A democracia é apenas a substituição de alguns corruptos por muitos incompetentes.". Eu diria: E vice e versa.

O fato é que precisamos mudar tudo enquanto há tempo. Ou será que não há mais tempo? Se não houver, estamos fritos. De nossa fundação prá cá, perdemos os primeiros 300 anos. Depois ficamos patinando entre a cana de açúcar, a exploração do ouro e a aventura do café. Chegamos a Getúlio, o primeiro presidente a pensar no Povo brasileiro. Depois dele, amargamos uma sequência de incompetentes e corruptos (sem contar alguns malucos e alienados) que nos levou a ser visto apenas como um país folclórico perante o resto do mundo. Só agora, com esse Sapo Barbudo é que estamos tendo certo reconhecimento. O jornal inglês The Guardian de 10/09/09 encheu nossa bola. O New York Times também. Devemos confiar neles? A propósito a imprensa internacional reconhece valor no mister Lula da Silva. A nossa mete o pau no Sapo, tirando o grande jornalista Mino Carta - esse vale por mil - e sua Carta Capital. Mas como diria doutor Ulisses: O bicho [Lula] é igual clara de ovo; Quanto mais bate, mais cresce.

Tomara que seja possível acertar o passo. Como? Ninguém sabe ou os que parecem saber escondem o jogo. Moralmente falando, estamos atolados num furdúncio sem tamanho. Pelo que se assiste atualmente só a Rússia - do grande Dostoievski - nos supera em pilantragem. É vigaristagem por cima de vigaristagem. Lá e cá. Será que um dia teremos o prazer de viver o que disse o alemão Goethe? "A democracia não corre, mas chega segura ao objetivo.". Será? Quando será? Ó senhor, tende piedade de nós!!!

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