Reverenciando o público, Teatro Mágico dá entrevista engajada e diz que vai “quebrar tudo” no Festival
Respeitável público... Com vocês, Fernando Anitelli e a trupe do Teatro Mágico. Eleito pela Folha de São Paulo como melhor show nacional de 2007 e escolhido pelo público do Festival de Inverno Bahia como artista indispensável para esta edição, a banda pede passagem e avisa: “O melhor nunca é a ansiedade do antes. Ela é boa, mas causa muito frio na barriga! O tesão é o instante do encontro”.O discurso independente e engajado, muitas vezes de encontro ao “engessado mercado fonográfico”, cativou milhares de fãs pela internet e já quebraram vários recordes de downloads. Apesar de pontualmente dizer que “não esperam quebrar nenhum recorde no Festival”, Fernando Anitelli deixa claro: “Esperamos encontrar um público bacana, uma organização de qualidade, uma aparelhagem de som digna. Com tudo isto funcionando direitinho, a gente ‘quebra tudo’! “
Última atração a tocar no Palco Principal do Festival de Inverno Bahia, a partir da 00h, o Teatro Mágico, capitaneado por Fernando, concedeu entrevista à Assessoria de Imprensa. Confira:
Assessoria de Imprensa/Festival de Inverno Bahia - Vocês foram uma das atrações mais pedidas pelos internautas para o Festival de Inverno Bahia. O que o público pode esperar d’O Teatro Mágico?
Fernando Anitelli - O público pode esperar uma trupe disposta a trazer um resumo do que foram os nossos dois primeiros trabalhos: “Entrada Para Raros” e “Segundo Ato”. Teatro, circo, letras politizadas, música. A oportunidade pra tocar no Festival de Inverno Bahia é fabulosa! E, por ser a primeira vez na região pra todos nós, tem um sabor especial, de novidade: saber que o público é quem nos leva até aí é mais gratificante ainda! Prova o quanto nossa relação com ele se faz de maneira clara e explícita. É isto... O Teatro Mágico chega com sede de celebrar a ideia do projeto com todos do Festival.
FIB - O público que acompanha o trabalho de vocês também gosta de se posicionar em relação a determinados debates, como a questão da pirataria. O que vocês querem dizer, exatamente, com pirataria saudável?
FA - A pirataria saudável nada mais é do que a explanação de que "fã não é pirata!". Essa falsa moral que querem impor hoje em dia é um absurdo! Dizer que o fã que ajuda a divulgar, que abre comunidades, que baixa as músicas, que as compartilha, que presenteia o amigo com o nosso trabalho... Dizer que isto é pirataria é crime! Isso sim. Então o que era aquela fita K-7 que ganhei do meu pai? Aliás, porque se vende mídias virgens, gravadores de CD? Foi a democracia na internet e a possibilidade de compartilhar conteúdos que nos trouxe até aqui e está trazendo muitos outros artistas à tona. Estamos rompendo com esta maneira engessada de se trabalhar com cultura no nosso país. Depender do rádio, da TV, do jabá, do contato... Isso não nos interessa e nunca nos interessou. Temos que nos adaptar às novas tecnologias e possibilidades de se trabalhar com elas. O autor não perde seus direitos e nem deixa de ganhar com divulgação, produtos relativos e shows. Enfim, é uma mudança natural e necessária de se construir a cadeia produtiva da música.
FIB - O show de vocês já foi apontado como o melhor do Brasil. Como é a concepção disto? Que tipo de leitura vocês querem passar com este trabalho de multilinguagens?
FA - É bom lembrar que esta coisa de melhor show do Brasil é algo que não nos passa pela cabeça... Foi uma enquete feita pela Folha de São Paulo há tempos atrás e os internautas nos elegeram. A gente fica muito feliz com este respeito vindo de quem mais nos interessa: o público! A idéia é traduzir as possibilidades de um sarau amplificado no palco. Nós misturamos elementos de diversas expressões artísticas e o público improvisando conosco. Queremos experimentar no palco, quebrar o paradigma do artista intocável... Então, eu acho que estas buscas se dão de maneira muito clara pro nosso público e isto, a mágica, é a simpleza da coisa.
FIB - Quando vocês pintam a face para as apresentações, o sentido é o mesmo da tradição dos clowns, de sempre revelar alguma coisa?
FA - Somos todos personagens. Desde a época da comédia del'arte e o bufão, o palhaço sempre foi esse ser que leva o caos para onde vai. Ele é um ser plural, gatuno, malandro, inocente, puro... Único capaz de traduzir a idéia do disposto, disponível e que aceita as adversidades com criatividade, com graça, humor, de maneira plena. Apesar de estar pintado, sou 100% aquilo ali e acredito em tudo que estou cantando, gesticulando, fazendo... É uma tradução colorida do nosso cotidiano muitas vezes sem cor.
FIB - Ao mesmo tempo que vocês montam um espetáculo mais conceitual, vocês também vendem muitos discos. Como é aliar a estética, o debate e o som e fazer um trabalho que consegue ser bem consumido por público e crítica e permanecer independente?
FA - Simples! Basta ser honesto com sua arte, com seu público, buscar soluções para o acesso ao seu trabalho, colocar preços populares nos materiais de divulgação (CDs, DVDs, camisetas, etc... ) e não se esquecer de que é o artista que busca o público. A gente só existe por eles, oras! Por isso temos que lembrar de ir pra todo lugar! Não deixar de produzir, de compor, de se apresentar... O caminho é se articular, se organizar em redes, encontrar parceiros que estão na mesma luta e caminhada e unir forças. Os músicos pensam muito por si só...”Meu trabalho, meu sucesso”... Este é um grande equívoco!
FIB - Por onde vocês passam, têm batido recordes de público. Esperam esse feedback também do público do Festival de Inverno Bahia?
FA - A gente não espera quebrar recorde nenhum no Festival. Esperamos encontrar um público bacana, uma organização de qualidade, uma aparelhagem de som digna. Com tudo isto funcionando direitinho, a gente quebra tudo! (Rs)... O melhor nunca é a ansiedade do antes. Ela é boa, mas causa muito frio na barriga! O tesão é o instante do encontro. Quando tudo está acontecendo, se tiver 5, 500, 5.000, 50.000, a gente vai se entregar do mesmo jeito. E este é o segredo! Lembrar-se de celebrar muito mais. É isso...
21/8/2009
Assessoria de Imprensa Festival de Inverno Bahia 2009
Agência vOceve Multicomunicação
Sou de Sergipe mas estou morando atualmente em Vitória da Conquista... foi meu primeiro festival de inverno e não vou mentir q o fato de O teatro mágico se apresentar me animou E MUITO para ir... e não vou negar tb q ter ficado até mais de 6h da manhã do sábado assistindo ao maravilhoso espetáculo que eles fizeram foi inesquecível!!!
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